Tenho a impressão que alguns meios de comunicação ao invés de informar, desinformam, nos induzem ao erro e produzem reportagens pretensamente imparciais, mas que na verdade já estão impregnadas de preconceitos e pré-julgamentos. Não questiono aqui a idoneidade e seriedade dos jornalistas que escreveram a matéria, mas acho que num veículo midiático de tamanha abrangência se faz necessária mais profundidade e real compromisso com a informação transmitida.
Digo isto porque a revista Veja de número 2210- ano 44 – de 26 de janeiro de 2011, trouxe em sua reportagem de capa o tema “Guerra nas Estrelas”, dizendo que mais uma vez a astronomia demolia as crenças astrológicas, já que fora descoberta a constelação do Serpentário e que a partir então os signos astrológicos estariam mudados, ou seja, com a inclusão desta constelação, o seu signo poderia não ser mais o mesmo.
Primeiro esclareço que esta descoberta feita pelo astrônomo americano Parke Kunkle não é nenhuma novidade. Conforme bem pontuou o astrólogo e formando em astronomia Alexey Dodsworth em seu blog (WWW.devir.wordpress.com), esta matéria é antiga! (vale à pena ler o depoimento dele, que inclusive foi entrevistado pela repórter da revista Veja para esta matéria, mas infelizmente nada do que ele falou foi publicado, nem sequer seu nome). A Revista da Folha em 1995 já havia publicado matéria semelhante.
Ademais, tanto astrônomos quanto astrólogos sabem que as constelações não ocupam a mesma posição de dois mil anos atrás. Esta afirmação de que a precessão dos equinócios teria mudado o alinhamento das estrelas e, consequentemente, os signos do zodíaco, não procede para nós, do ocidente, que utilizamos o zodíaco tropical como base de estudo e aplicação da Astrologia. Há uma diferença entre constelações e signos. As constelações se movem na esfera celeste e podem mudar de lugar, mas os signos não, pois são fixos. Os signos são trópicos e não constelacionais.
Fica mais fácil entender se você imaginar uma faixa circular projetada a partir da Terra e dividida em doze setores iguais. Isto é o que na Astrologia chamamos de signos zodiacais. Os signos são geométricos, ou seja, o céu foi dividido em doze partes iguais, cada uma com um nome. Entretanto, como algumas constelações celestes levam o mesmo nome dos signos astrológicos, as pessoas confundem e acham que os signos são baseados nas constelações.
Desta forma fique tranqüilo: seu signo não mudou, pois ele nunca foi uma constelação. Se você é sagitariano, não quer dizer que quando você nasceu o Sol estava posicionado na constelação de Sagitário. Ele estava passando no setor geométrico correspondente ao signo de Sagitário. Portanto, constelação e signo são coisas diferentes!
Indico ainda para você esclarecer suas dúvidas, se ainda as tiver, o texto do astrólogo e proprietário da Escola Gaia de Astrologia- SP, Robson Papaleo. (http://www.facebook.com/?ref=logo#!/note.php?note_id=10150135452806425&id=100000446108921)
Menosprezar a Astrologia é menosprezar a inteligência dos diversos astrólogos e clientes que se utilizam desta ciência. Como qualquer campo de estudo, a Astrologia sempre estará aberta a questionamentos, críticas, às novas descobertas e reavaliações. Mas que se questione de maneira idônea e não com sensacionalismo e sem fundamentação. Se assim não o fosse, quando os planetas Urano, Netuno e Plutão (que parece será colocado novamente no rol astronômico dos planetas…) foram descobertos, a Astrologia estaria invalidada. E não foi o que aconteceu: estes planetas foram estudados astrologicamente e incorporados nas leituras astrológicas.
E para finalizar gostaria de colocar a minha posição: Astrologia não é uma crença. Quando aplicada por profissionais realmente qualificados e estudiosos, ela funciona. Isto é fato. Que o digam os clientes que atendemos todos os dias e que são pessoas inteligentes, que não precisam se apegar em muletas místicas para vivenciar seus desafios diários. Eles percebem que a Astrologia os ajuda a serem pessoas mais conscientes, os orienta a tomarem decisões conforme seu livre-arbítrio e que antes de ser uma válvula de escape e um meio de justificar fraquezas, é um instrumento eficaz de autoconhecimento e autopercepção.
Mais informações no post do meu blog Astrologia e Consciência do Ser: http://camilacolaneri.blogspot.com/2011/01/seu-signo-nao-mudou.html